Fabulação de Passarolas | parte 2

Zine Voador
3 min readMar 21, 2021

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00:00 a 00:42 “pediu a ajuda do Maneta, que contou para ele que em sua terra tudo devia ter um nome. Quando as coisas ganham um nome, elas também ganham uma força vital, e por isso a máquina de voar precisava ser chamada de alguma coisa. O padre Bartolomeu começou a chamá-la de Passarola e a apresentou ao céu, que, deste modo, passou a respeitá-la, assim como ela também deveria respeitar o céu. De Cachoeira, o Maneta conduziu uma cerimônia em que foram feitas oferendas para as entidades protetoras do céu, pedindo a aceitação do novo ser chamado Passarola e a licença para que ele subisse cada vez mais alto” (Ana Maria Gonçalves, Um defeito de cor).

00:06 a 00:34 “A máquina se parecia com um pássaro muito grande, que, pelo tamanho de um homem desenhado para efeito de comparação, poderia levar pelo menos cinco ou seis pessoas dentro do que seria uma barriga oca. Não sei se era para enfeite apenas, mas o pássaro também tinha asas, rabo e cabeça com bico e tudo. Dentro da barriga do pássaro ainda havia o que parecia um varal estendido, onde estavam penduradas várias bolas de vidro, que pareciam pegar fogo” (Ana Maria Gonçalves, Um defeito de cor).

00:24 a 00:38 “Além da conversa das mulheres, são os sonhos que seguram o mundo na sua órbita. Mas são também os sonhos que lhe fazem uma coroa de luas, por isso o céu é o resplendor que há dentro da cabeça dos homens, se não é a cabeça dos homens o próprio e único céu” (José Saramago, Memorial do convento).

00:34 a 00:39 “mas o éter não se compõe das almas dos mortos, compõe-se, sim, ouçam bem, das vontades dos vivos” (José Saramago, Memorial do convento).

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Zine Voador

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